Quando falamos em comparação de preços na internet, é impossível não pensar imediatamente no Buscapé. Uma das empresas online mais bem sucedidas do país, o Buscapé firmou e hoje inclusive investe em outras startups. Embora seu modelo de negócio tenha atingido sucesso estrondoso, não parecem ser muitas as startups dispostas a segui-lo ou com ele concorrer. Uma das exceções, no entanto, é o novo site Lalina. A proposta é muito parecida com o Buscapé, mas o Lalina optou por comparar preços para um público bastante específico: consumidores de maquiagens e produtos de beleza.
A Startupeando ouviu Ricardo Falletti, fundador do site, a respeito de seus planos e também detalhes sobre o modelo de negócio do site.
Seguindo o mestre
Ricardo explica que o Lalina ainda não fez vultosos investimentos em marketing e que hoje grande parte dos usuários vêm por meio de indicações de early-adopters, entre eles blogueiras especializadas da área de beleza. O site funciona com um modelo bastante semelhante ao dos “professores” do Buscapé: fecha parcerias com grandes grupos do varejo virtual e recebe por clique. Falletti ainda explica que, a exemplo dos rankings e selos de aprovação adotados pelo Buscapé, o Lalina também faz uma certa triagem nas lojas que possuem potencial para parceiras, evitando aquelas que não possuam um bom atendimento e suporte ao consumidor.
Em relação ao Buscapé, Ricardo reconhece a liderança do concorrente, mas comenta que o grau de especificidade do Lalina o coloca à frente do rival quando o assunto é cosmético ou maquiagem. “O Buscapé é sem dúvida o maior site de comparação de preço do mercado, e compara produtos de todas as categorias. Isso de certa forma é bom, mas cria alguns ruídos. Um bom comparador de preço parte da eficiência da busca, e se a sua consumidora não encontra o produto que procura, grandes são as chances de ela não voltar mais. Se a cliente entrar no Buscapé e escrever a palavra Tinta ou Esmalte os resultados serão variados. No Lalina, sabemos que estão elas procurando tintura para cabelo ou esmalte para as unhas”.
O site ainda possui algumas ferramentas específicas para o público do segmento de beleza, com comparadores de cores para esmaltes e batons, por exemplo.
Barreira de entrada
Os produtos de beleza, assim como muitos itens de vestuário, enfrentam um paradigma um pouco distinto nas vendas online. Consumidores gostam de experimentar e ver os produtos antes de adquiri-los. A Startupeando questionou Falletti sobre essa barreira, e sobre como ela afeta ou não os negócios do Lalina. O empresário concorda, mas explica que a questão preço é um atributo importante no segmento de beleza também, e que “nada impede a mulher de ir a uma loja de cosméticos, experimentar um produto e então comprar na web”.
E também em relação à concorrência de lojas físicas e vendas diretas, Ricardo explica que o intuito da ferramenta não é somente vender produtos, mas sim servir com um guia ao consumidor. “A nova classe média também ficou muito restrita a venda direta oferecida por grandes marcas, e a internet é um facilitador que a deixa comprar produtos aos quais antes não tinha acesso. De qualquer forma, o Lalina não é uma ferramenta de vendas, e sim de comparação de preços. Nosso objetivo é ajudar a consumidora a encontrar o produto que ela procura”.